domingo, 9 de novembro de 2014

SOMOS TEMPLO DE DEUS




Evangelho de hoje: Jo 2, 13-22





Amados irmãos, nesse domingo a Igreja celebra a festa da Dedicação da Basílica de Latrão. Qual o significado dessa festa? Trata-se da primeira catedral do mundo. É dedicado a São João Batista e São João Evangelista, com sede em Roma. Mas essa festa nos faz lembrar o valor do verdadeiro templo, gerador de vida eterna, Jesus Cristo. As leituras de hoje nos fazem refletir sobre essa importância. Segundo o apóstolo Paulo, nós somos construção de Deus. Jesus Cristo é o alicerce, a base sólida desse edifício que está em construção permanente, até a eternidade. Nós fazemos parte dessa construção. A ninguém é permitido criar outro alicerce que não seja Jesus Cristo. Só ele dá consistência à nossa caminhada. Somos santuário de Deus e o Espírito Santo mora em nós, afirma o apóstolo. Por isso temos que zelar o nosso corpo como um templo santo. Não devemos abusar dele com os exageros e os vícios, mas sempre conservá-lo para que o Espírito Santo seja dele um hóspede permanente. Nosso corpo, templo do Senhor, não deve em nenhuma hipótese, ser objeto de exploração, pois foi para a liberdade que Cristo nos libertou (gl 5,1). Deus nos deu a vida como um dom, e de modo gratuito. Ele é o dono da vida, nós somos os administradores. E como tais, devemos conservá-la carinhosamente.
Na época de Jesus, o templo era um lugar onde existia um fluxo enorme de peregrinos que iam de todas as partes para rezar e oferecer sacrifícios, mas também passou a ser lugar de exploração, principalmente dos mais fracos que tinham que comprar animais por um preço muito alto para o sacrifício. Os detentores do poder religioso e econômico, ligados ao templo, eram os beneficiados dessa exploração. Nessa época, a maioria das terras da Palestina estava nas mãos dos latifundiários. Estes pertenciam à elite religiosa (sumos sacerdotes e anciãos) e moravam em Jerusalém. O sumo sacerdote enriquecia com o aluguel dos espaços para as barracas dos vendedores e cambistas. Os animais criados nos latifúndios eram conduzidos a Jerusalém e vendidos. Deus nunca se contentou com nenhum tipo de exploração, principalmente quando se tratava da exploração por meios religiosos. Mas já a teologia veiculada pelo templo de Jerusalém, afirma o contrário. Para ser ouvido, Deus precisa ser comprado mediante sacrifícios. Era uma justificativa para a exploração. Por isso, Jesus chegando ao templo e vendo os abusos, se revolta e começa a expulsar os profanadores. Jesus é o novo templo. Aboliu os sacrifícios e colocou-se como aquele que se revolta contra todo tipo de atividade que degrada a pessoa humana. Ele não compactua com uma religião que se torna simples fator econômico, explora e massacra os pobres, ainda que se diga que isso é em nome de Deus. Isso vai de encontro ao evangelho que traz a proposta de libertação.
A exploração da fé ingênua das pessoas termina à medida que essa fé deixa de ser tão ingênua e assume verdadeiramente Jesus como o centro. Quando nós fazemos parte desse centro, que é Jesus, nos tornamos comunidade santuário.
 Um abençoado domingo para todos!
Pe. Izaías

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