domingo, 7 de dezembro de 2014

AGENDA DA SEMANA DE 08 A 14 DE DEZEMBRO



PARÓQUIA SANTA FILOMENA


DIA DA SEMANA
HORÁRIO
ATIVIDADE
LOCAL
SEGUNDA-FEIRA
8h
MISSA
CAPELA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
18h
MISSA
CASA DAS IRMÃS
TERÇA-FEIRA
10h
VISITA
COMUNIDADE MUCURI
16h
VISITA
COMUNIDADE LAGOA
19h30
VISITA
COMUNIDADE BAIXÃO FECHADO
QUARTA-FEIRA
9h
VISITA
COMUNIDADE FORTALEZA
11h
VISITA
COMUNIDADE ALDEINHA
15h
VISITA
COMUNIDADE VÁRZEA GRANDE
QUINTA-FEIRA

CONFISSÕES DE CRIANÇAS DA 1ª EUCARISTIA
MATRIZ
SEXTA-FEIRA

VIAGEM
SEBASTIÃO BARROS
SÁBADO
9h
MISSA DE SANTA LUZIA
BREJO DAS OVELHAS
DOMINGO



17h
ACOLHIMENTO DOS (AS) MISSIONÁRIOS (AS). INÍCIO DA SEMANA MISSIONÁRIA
CASA PAROQUIAL
19h30
MISSA DA PRIMEIRA EUCARISTIA
MATRIZ

PELO BATISMO SOMOS CHAMADOS À VOCAÇÃO CRISTÃ




O que é vocação. É um termo derivado do verbo latino “ vocare” que significa “chamar”. É uma inclinação, uma tendência ou habilidade que leva o indivíduo a exercer uma carreira ou profissão. Mas na dimensão espiritual, vocação é um chamado de Deus para a prática religiosa, e uma livre resposta a esse chamado. Todos os homens e mulheres nascem marcados pelo chamado de Deus. Ele chama a todos, mesmo que só alguns desenvolvam essa tendência ao seu serviço. O profeta Jeremias (Jr 1, 4-5)afirma que antes de ser gerado no seio de sua mãe, o Senhor já o conhecia; antes mesmo de nascer já estava consagrado e destinado  a ser profeta das nações. Temos muitas dificuldades de assimilar esse chamado, são muitos os empecilhos. Se faz necessário passar por um processo gradativo, e até de certa forma dolorosa, de amadurecimento para entender com lucidez o chamado de Deus, e assim colocar-se a serviço. Jeremias teve essa dificuldade, situação  própria do ser humano, independente da época em que se vive. “Ah! Senhor Deus, não sei falar, sou uma criança”( Jr 1,6). No processo  de amadurecimento, para entender o chamado, construímos nossas desculpas, nos deparamos com nossos medos, nos damos conta das nossas limitações e inabilidades. Faz parte da caminhada reconhecermos nossa incapacidade. Mas o Senhor, nos dá o vigor, combustível para desenvolver e amadurecer a vocação. Ele toca a nossa boca para proclamarmos sua palavra.

 
1-TESTEMUNHAS DA VOCAÇÃO
Ao longo da historia da salvação, encontramos nos livros sagrados, tanto no Antigo como no Novo Testamento, personagens que deixaram na história exemplo de prontidão e fidelidade ao chamado de Deus. Na sua época, enfrentaram muitos desafios que  são tão diferentes e ao mesmo tempo tão  semelhantes  aos de hoje. Admiramos neles sua capacidade de escutar, sua coragem, persistência e lealdade ao chamado. Mas nós iremos destacar aqui apenas alguns  que nos ajudaram muito a entender e abraçar nossa vocação.
1.1-Abraão. É o grande modelo de fé e de serviço a Deus. Deus o chama (Gn 12, 1-3) e o envia para dar origem a um grande  e numeroso povo. Por conta da fé na bênção  do Senhor, Abraão saiu de sua terra para uma outra terra que Deus iria lhe mostrar. Sair sempre foi um grande obstáculo. É um dos principais segredos da missão: sair, partir. Não é fácil sair, porque isso exige renúncia, e sem renúncia não existe seguimento e nem missão. É mais fácil ficar. Ficar no aconchego da família, perto dos parentes e amigos, administrando suas posses; é muito mais cômodo. Quem não quer uma vidinha assim?  Abraão é obediente e parte com sua família à procura do desconhecido, iluminado pela chama da fé. É por isso que Abraão é chamado o pai da fé. É o grande modelo do verdadeiro missionário. É o pai das grandes religiões chamadas abraânicas: Islamismo, Judaísmo e Cristianismo. Conforme o Catecismo da Igreja Católica, “a preparação longínqua da reunião  do povo de Deus começa  com a vocação de Abraão,  a quem é prometido que será o pai de um grande povo.
1.2-Samuel – Outro importante personagem bíblico que nos dá um belo testemunho de vocação e fidelidade ao chamado de Deus é Samuel. Era filho de Ana e Elcana. Sua mãe era estéril, sendo por isso humilhada. Pediu um filho  ao Senhor e fez um voto que o consagraria ao Senhor por todos os dias de sua vida. ( 1 Sm 1,11). Após o seu Nascimento, sua mãe o levou ao templo e o entregou ao Senhor, conforme prometeu. Samuel foi chamado por Deus ainda menino. Um dia, estando deitado, o Senhor o chamou e ele respondeu: “Eis-me aqui”. Como ele ainda não conhecia o Senhor, procurou por Eli pensando ser ele quem o chamava. Na terceira vez que o chamado se repetiu, Eli lhe disse: “vai, deitar-te e se outra vez o Senhor te chamar, diga:”fala, Senhor, que teu servo escuta”.  Assim começou a desenvolver a vocação de Samuel. Fala, Senhor, que teu servo escuta. Uma das primeiras atitudes do missionário é a escuta. Todos aqueles que foram chamados  tiveram  a atitude humilde de escutar. Mesmo em meio ao barulho ensurdecedor que nos incomoda no tempo atual, principalmente nas grandes cidades, é necessário parar para escutar o que o Senhor nos diz. Somente é capaz de assumir a missão, quem escuta a voz do Senhor. O menino Samuel escutou, assimilou o chamado, cresceu diante do Senhor e se tornou uma grande liderança do povo de Deus.
1.3-Maria de Nazaré
Segundo o apóstolo Paulo (Gl 4,4), “quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sujeito à lei”. Maria foi escolhida por Deus desde toda  a eternidade, para ser a mãe de seu filho. Uma jovem judia, de Nazaré da Galileia, prometida em casamento a um varão chamado José, da casa de Davi,  e o nome da virgem  era Maria (Lc 1,26-27). Uma adolescente humilde e anônima. Maria encontrou graça diante  de Deus. A sua época, assim como em algumas culturas hoje, foi muito hostil com as mulheres. Elas não tinham direito à voz e a nenhuma decisão na comunidade. Não tinham nenhuma importância política. Dedicavam-se apenas aos serviços caseiros e aos esposos. Em caso de desobediência  às leis, em alguns aspectos, os castigos  lhes   eram mais pesados, como no caso da formicação e do adultério. Maria enfrentou toda  essa situação com muita coragem. Quando o anjo Gabriel lhe comunicou que seria mãe, ela preferiu escutar a voz de Deus e colocar-se a serviço, mesmo sabendo que uma moça prometida em casamento aparecesse grávida, poderia ser apedrejada. José, seu noivo, poderia denunciá-la, ela poderia ser abandonada por toda a sua família. Mesmo correndo esse risco, Maria preferiu colocar toda a sua vida nas mãos do Senhor, porque para Deus, tudo é possível. Assim como Abraão e Samuel, Maria escutou a voz do Senhor e dispôs-se a servi-lo. Ela não se apresenta como escrava, pois Deus é contra todo tipo de escravidão, mas como serva livre e consciente. Seu sim não foi forçado, mas lúcido e livre. Não limitou-se  em apenas ser mãe, uma das mais singelas atividades humanas, mas permitiu-se amadurecer e penetrar profundamente no ministério de Deus e da missão  do seu filho, tornando-se também discípula, primeira cristã, primeira missionária. Aprendamos com Maria a dizer sempre sim.
2-Jesus de Nazaré. É a nossa maior referência, é a maior testemunha da verdadeira vocação, da obediência ao Pai e do  amor à humanidade.
2.1- A terra de Jesus
No povoado de Nazaré, Jesus era chamado “Jesus, Filho de José” (Lc 4,22), ou” Filho de Maria (Mc 6,3). Nos outros lugares era chamado “Jesus de Nazaré” (Mt 21,11; Jo1,45-46), ou simplesmente “ Nazareno” ( Mt 2,3; Mc 1,24). Jesus é palavra hebraica que significa: “ Deus salva”. Nazaré era um pequeno povoado situado nas encostas dos morros. Sua população era de aproximadamente 400 pessoas. Ficava a uns 40 km do lago da Galileia. Era um lugar totalmente desconhecido na história do povo hebreu. Não tinha nenhuma tradição  cultural, econômica e política. Seus moradores viviam basicamente da agricultura, tecelagem e criação de animais de pequeno porte. Seus moradores eram muito pobres e, além disso, ainda eram explorados. As elites das cidades maiores desprezavam as populações rurais. “de Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1,46). Os moradores do campo trabalhavam para sustentar o povo das cidades. Jesus cresceu observando toda essa situação de sofrimento e de luta. Ele mesmo sofreu privações básicas, trabalhou duramente para ajudar na sobrevivência da família e conheceu na prática, o sofrimento da população pobre. Além disso, observava também a situação dolorosa das mulheres, principais vítimas do machismo. A mulher não podia tomar parte da vida social da aldeia. Suas obrigações eram bem claras: satisfazer os desejos sexuais do esposo, servi-lo fielmente (como lavar o rosto e os pés dele), moer o trigo, assar o pão, cozinhar, tecer, consertar roupas e objetos da casa. Jesus tinha um olhar de compaixão para as mulheres, crianças (que também sofriam muito na época) e todos os tipos de excluídos. Preferiu ficar sem esposa e filhos por amor à humanidade. Com certeza não foi bem compreendido por fazer essa opção, pois na cultura judaica era comum o rapaz se casar a partir dos 20 anos de idade. Certamente foi chamado de “eunuco”, alguém sem o impulso sexual. Era uma palavra ofensiva. Os eunucam eram desprezados, tachados de “impotentes”. Dizia-se até que o céu estava fechado para os eunucos; eram considerados malditos por Deus, não podiam participar das assembléias religiosas (Dt 23,2; Lv 21,20-21). Certamente Jesus foi  desprezado por sua opção, inclusive por parte dos seus familiares. Era muito estranho para a cultura da época, ver um homem solteiro sem família. Casamento era “sinal de benção”. Jesus renunciou tudo pelo Reino de Deus (Mt 19,12).
Por conhecer bastante a realidade de sua época, Jesus era solidário com as pessoas injustamente vencidas pelo sistema social, levando-lhes a boa notícia, a fé e a esperança.  Misturava-se com os excluídos e últimos. Por isso foi chamados de “comilão”, de “beberão”, de ‘ amigo dos pecadores”, de “endemoninhado”, de ‘ samaritano”, de “ impuro”, nomes que expressavam desprezo, rejeição e humilhação. Jesus enfrentou todas essas dificuldades com resignação e coragem.
3-Seguimento a Jesus
A prática de Jesus oferece um grande exemplo para nós que temos, no dia a dia, a missão de cultivar a nossa vocação: só se renuncia a um tipo de amor, se for por amor, se for por uma causa maior. Se naquela época  o mundo apresentava “ valores” atraentes , imagine hoje, dois mil anos depois. É fácil resistir e renunciar? Claro que não; é sempre um desafio constante. Jesus renunciou ao abraço conjugal de uma mulher, não por medo e por falta de afetividade, foi por uma causa maior, o Reino de Deus, onde as relações afetivas, pessoais, sociais, econômicas e políticas, devem ter, todas elas, a marca do mistério da Trindade, que é a marca da gratuidade, da doação desinteressada, do serviço, da solidariedade e da alegria profunda que tem sua origem em Deus. Não casando, Jesus queria revelar a beleza dessas relações. Ele resumiu toda a sua prática e ensinamentos, no mandamento do amor (Jo 13,34-35).
Assim como Jesus escolheu os 12, também nos escolhe. A vocação não consiste apenas no chamado. O Senhor chama, capacita e envia. Não escolheu ninguém muito preparado e letrado. Quase todos os apóstolos eram de origem humilde e sem uma boa  graduação. Conviveram com Jesus cerca de três anos. Foi o tempo necessário de preparação, embora tivessem muitas dificuldades, como, dúvidas quanto à messianidade  de Jesus, falta de fé, disputas internas entre eles e medo. Nós também não fomos escolhidos sob os critérios humanos e escolares, mas de acordo com o coração de Jesus, conforme a nossa capacidade de administrar os talentos recebidos. Somente após uma experiência profunda, pessoal e comunitária com a pessoa de Jesus, seremos capazes de tocar pra frente a sua obra. No processo de caminhada, de amadurecimento e de descobertas, nos deparamos  com inúmeros desafios, que antes de serem meramente obstáculos, são elementos integrantes do processo de amadurecimento da vocação. Temos que nos amadurecer para assumirmos  a missão de Jesus e nos deixar lapidar por ele para que tenhamos um coração  semelhante ao dele, capaz de amar perdoar e sentir; de viver uma renúncia constante, sem no entanto fugir do mundo; de ter um olhar profundo para a realidade que nos cerca; um olhar ecológico para o planeta-mãe, nossa casa, tão agredido pela ganância humana; ter a coragem de nos aproximar da pessoa necessitada, não só de recursos financeiros, mas igualmente necessitada de atenção, compreensão, de amor e de carinho, ter compaixão e ajudá-la. Foi isso o que fez Jesus de Nazaré, e é isso o que devemos fazer, como verdadeiros discípulos missionários, e dizer sempre ao Senhor: “Fala, Senhor, que teu servo escuta”, como fez Samuel, ou como disse Maria: “Eis-me aqui, realize-se em mim, a tua palavra”.

Pe. Izaías

ADVENTO, TEMPO DE ESPERA





Estamos no início do ano litúrgico, e esse primeiro período do nosso calendário chama-se advento, que significa espera. Acredito que todos nós vivemos um constante  advento, porque estamos em estado permanente de espera. Sempre esperamos algo na vida: tempos melhores, saúde, melhor educação para as crianças e as mais diversas políticas públicas de inclusão. Mas a nossa espera mais ardentemente esperada é a definição total do Reino de Deus, que será realizado por Jesus Cristo. Mas nossa espera não dever ser acomodada e passiva, mas dinâmica, operante e construtiva. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Não esperamos de braços cruzados, mas dinamizamos a caminhada, porque Jesus Cristo quando vier uma segunda vez, vai nos chamar para o acerto de contas. Antes de partir ele nos entregou uma missão, e com certeza não quer nos encontrar acomodados. Vai nos pedir contas dos talentos que nos entregou.  

Estamos iniciando a segunda semana do advento e somos chamados a preparar o caminho do Senhor. A passagem do evangelho que nos inspira para refletirmos sobre esse tema é Mc 1,1-8. É o início do evangelho de Marcos. Respeitando a tradição judaica de que o Messias seria precedido por  Elias, Marcos nos apresenta João Batista, que é o novo Elias, o precursor, aquele que veio na frente para preparar o caminho do Senhor, inserir o povo numa catequese preparatória para receber o Messias. João Batista verdadeiramente era um profeta, que anunciou a palavra de Deus, instruiu o povo e denunciou as injustiças. Testemunhando a seu respeito, Jesus falou que ele ‘’foi mais que um profeta” (Lc 7,26).  
O cenário da pregação de João Batista foi o deserto, lugar teológico da manifestação de Deus, tanto  na antiga como na nova aliança. Deserto é espaço/tempo para pregação, penitência e conversão. A manifestação salvadora de Deus vai se dar por seu filho Jesus, e João é o profeta mais próximo que prepara esse terreno, ofertando o batismo de conversão que Jesus leva à plenitude. Enquanto João Batista batiza com água, Jesus batiza com o Espírito Santo. O batismo de João é um ato purificatório e reparatório.   O batismo de Jesus é um mergulho no coração da Santíssima Trindade.
Uma observação que faço a respeito de tudo isso é a atitude profética de João Batista. Primeiro a respeito de sua vida severa, persistente, concentrada e humilde. Vivia no deserto, vestia-se de peles de animais, comia o que encontrava, como gafanhotos e mel silvestre. Foi poderoso em palavras, firme nas atitudes e corajoso na denúncia. Por causa do seu testemunho de retidão, chegou até mesmo a ser confundido com o Messias. Mas João não se passou pelo Messias, simplesmente o anunciou e o apresentou ao povo. Com muita humildade disse que nem seria digno de desamarrar as correias de suas sandálias. Se nós também formos coerentes com as nossas palavras e ações, podemos ser a pessoa de Cristo na comunidade. A atitude de humildade de João Batista nos inspira e anima a sermos instrumentos de alegria e paz nesse natal. A palavra natal origina-se de nascimento. O nascimento de uma criança é motivo de alegria não só para a família, mas também para a toda a comunidade. Jesus é aquele que traz alegria e esperança para todo o mundo: “Não tenham medo! Eu vos anuncio uma boa nova, de grande alegria para todo o povo” (Lc 1,10).
Concluindo, miremo-nos no exemplo de João Batista que se envolveu de corpo e alma com o projeto de Deus, preparou-se para a vinda de Jesus através de uma vida humilde e exemplar. Não anunciou ao mundo sua própria pessoa, apesar de ser confundido com aquele que anunciara. Ao contrário, sentiu-se indigno de ser um escravo de Jesus para desamarrar as correias das sandálias. Sua vida foi uma denúncia contra o consumismo e a busca do poder. Sua pregação visava a confissão  dos pecados, a conversão  e ao perdão divinos. Nesses dias de advento, muitos grupos estão se preparando, mediante os encontros em família, para o natal do Senhor. Preparemo-nos confessando nossos pecados, esforçando-nos para a conversão, renovando o nosso batismo e nos dobrando aos pés de Jesus, colocando-nos a serviço dele  e da comunidade.
Um abençoado domingo a todos!
Pe.Izaías