No Evangelho do
domingo passado Jesus perguntou o que o povo achava a seu respeito. As
respostas não foram satisfatórias. Jesus volta-se então para os discípulos e
lhes faz a mesma pergunta. Pedro, representando os discípulos, responde. “Tu és
o Messias, o Filho de Deus vivo”. Pedro confirma sua fé em Jesus Isso é sinal
de uma convivência próxima com o Filho de Deus. Só confessa que realmente Jesus
é o Senhor, quem faz uma profunda experiência com ele. Mas esse mesmo Pedro que
confirma sua fé em Jesus Cristo, ainda não é capaz de entender que a sua missão
era importante e ao mesmo tempo arriscada. Ser discípulo não significa apenas
levantar a “mão da fé”, mas segui-lo fielmente, nem que para isso tenha que
arriscar a própria vida.
O seguimento de Jesus não é brincadeira, nem
só alegria! Seguir não é só ir atrás e ter uma vida cômoda e sossegada, sem
compromisso com a comunidade, mas conviver, aprender, assimilar valores, atitudes;
é viver uma reviravolta, uma revolução. É parar para escutar o mestre,
proclamar a Palavra que cura e liberta, e também denunciar tudo o que degrada a
vida humana. Quando Pedro confessa que Jesus é o Messias, Jesus gosta e até o elogia,
e ainda diz que aquela confissão é revelação de Deus, não de um ser humano. No
evangelho de hoje, Pedro não se deixa conduzir pelo Divino, mas pela concepção
cotidiana de um Cristo triunfalista, distante da realidade terrena, um Jesus sem
cruz.
Da mesma forma que
não existe o Cristo sem cruz, não existe seguimento sem assumir essa dimensão.
Jesus diz: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me”. O discípulo é aquele que escuta, discerne a palavra, põe o pé na
estrada, vai ao encontro do outro, não teme o perigo, e sempre proclama que
Jesus é o Senhor, que ele caminha conosco, permanece conosco e jamais
abandonará aqueles que a ele foram confiados.
Um
feliz domingo e uma semana produtiva a todos!
Pe. Izaías